segunda-feira, junho 02, 2014

Cardápio de problemas de Eliene é variado

Por razões distintas, tem sido de uma grandiosidade impressionante, o cardápio de problemas que a prefeita Eliene Nunes tem enfrentado desde que assumiu o cargo. Há uma boa parte de dificuldades criadas por decisões equivocadas tomadas nos primeiros instantes de seu governo, como a nomeação de uma equipe na qual se contam nos dedos de uma mão aqueles que mais ajudam do que atrapalham. Existem problemas que fogem ao controle dela, os quais fazem eco por todo o Brasil, como é o caso da prolongada queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Tenho conversado com pessoas ligadas ao governo, além de outras que a apoiaram abertamente na campanha, por que não estavam satisfeitas com o governo do ex-prefeito Valmir Climaco. Esse pessoal, parte acredita que essa turbulência vai passar e aposta na recuperação da atual gestora. Porém, tem gente que já jogou a toalha, porque não tem mais esperança, mesmo decorrido menos de um ano e meio de administração.
O sistema viário da cidade chegou a tal ponto, que muitas ruas assemelham-se mais a uma vicinal abandonada, do que uma via pública de uma urbe. E embora seja verdade que quando Eliene assumiu, a cidade não estava nenhuma maravilha, também é verdade que sua gestão nada fez para evitar que as poucas ruas por onde se trafegava com algum conforto fossem tomadas por buracos sem fim, além das que já estavam ruins, que só foram piorando.
Certa vez, um governador filiado ao PMDB, perguntou ao grande Ulisses Guimarães, que conselho ele daria para resolver uma situação que para o mandatário era muito complicada. Ele havia nomeado um secretário atendendo ao pedido de um patrocinador de campanha. Entretanto, o cara não deu conta do recado e estava lhe causando muita dor de cabeça. Mas, o governador não tinha coragem de demitir o apadrinhado do financiador de campanha. “Meu filho, nunca coloque ninguém em cargo algum do seu governo, que você não possa demitir”.
Parece que Eliene nunca leu esse conselho daquele que foi um grande mestre da política brasileira, porque chovem reclamações e protestos contra alguns dos seus secretários. Isso inclui a saraivada de críticas de vereadores da base aliada, que vira e mexe usam a tribuna da Câmara Municipal para bradar contra o que chamam de falta de respeito para com os que lhe dão suporte político no parlamento municipal. E a maiores críticas são, exatamente, contra a secretaria de Infraestrutura, cujo titular é o senhor Júlio Leal, seu esposo.
Nos últimos dias houve muitos boatos a respeito da saída dele dessa pasta, chegando até a ser citado o nome de um provável substituto, mas, pelo visto, ela está na mesma sinuca daquele governador que procurou o Dr. Ulisses, conquanto parece que não tem encontrado forças para fazer mudanças, nem na Seminfra, nem tampouco em outras secretarias, o que se acontecesse seria uma tentativa de dar uma sacudida no time, pois as mexidas feitas ano passado não mudaram muita coisa, uma vez que o desgaste político da prefeita continuou. Sua popularidade tem descido a ladeira, sempre.
A diminuição dos recursos que o município recebe para bancar sua folha de pagamento, para honrar compromissos com fornecedores e para investir em obras é um problema real com o qual a prefeita Eliene Nunes tem se deparado, não sendo exclusividade dela. Os baixos índices de crescimento do Brasil tem provocado uma crise que ameaça tornar-se crônica, afetando todos os municípios do País. Só acho que a prefeita demorou muito a dizer isso para a população. Quanto mais rápido ela tivesse comunicado, menor seria o seu desgaste político.
Quinta-feira, 22/05, com o sorriso que sempre lhe acompanha, Eliene reuniu a imprensa de Itaituba para conceder uma entrevista coletiva, na qual respondeu a todas as perguntas, passando desde o corte nos salários dela própria, do vice e dos secretários, até questão do aterro sanitário e a chamada de concursados. Ela disse que a Prefeitura tem que economizar ao menos 10%. Isso vale para todas as secretariais. Com a cordialidade costumeira, ela abraçou cada um dos repórteres e cinegrafistas. Mesmo os que costumam fazer críticas ao seu governo, como é o meu caso, tanto no Jornal do Comércio, quanto no blog, e até Júnior Ribeiro, que tem sido o crítico mais mordaz de seu governo mereceu um abraço apertado. Nisso ela segue bem a lição de seu mentor político, Roselito Soares.
O que mais preocupa a gente é não ver iniciativas da prefeita que deem esperanças de uma mudança para melhor nos rumos do seu governo. O tempo vai passando, e nada de decisões arrojadas e na direção certa. O que tem sido sempre ruim, tem piorado continuamente. E se não acontecer uma virada até o final do período eleitoral, quando o governo do Estado e o governo federal ficam sempre muito generosos, depois disso vai ficar muito difícil isso acontecer.

Artigo de Jota Parente, na edição 180 do Jornal do Comércio

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