terça-feira, outubro 21, 2014

Dr. Leonard: foi só o meu começo na política

O médico Leonard Cabral fez sua primeira incursão na política, concorrendo ao cargo de deputado estadual pelo PSB. Obteve 7.799 votos, dos quais, 4.565 somente em Itaituba. Essa votação não foi suficiente para que ele se elegesse. Mas, como ele disse na conversa que manteve com a reportagem do Jornal do Comércio, foi só o começo de sua carreira como político.
JC – Como o senhor está se sentindo após o resultado da eleição?
Leonard – De acordo com a conjuntura política de Itaituba e da região eu saí muito satisfeito com o resultado da eleição para deputado estadual, porque eu sou um jovem que saiu pela primeira vez para disputar um cargo público. Tirar quase cinco mil votos dentro do meu município dá uma grande satisfação, porque foram votos conquistados. Não houve nada além da conquista de votos.
            Dentro do município a gente não teve apoio de nenhuma liderança expressiva. Nenhum vereador, nenhum presidente de bairro, nenhuma liderança comunitária. Isso é legal porque mostra a credibilidade do nome. Por isso, eu saio dessa eleição muito feliz e agradecendo ao povo de Itaituba por essa votação.
JC – O fato de ter vivido tantos anos fora do município, no Rio, onde o senhor estudou, tendo voltado, pode-se dizer, há pouco tempo, pode ter atrapalhado um pouco?
Leonard – É possível que essa ausência prolongada tenha contribuído um pouco. Eu voltei para Itaituba somente há quatro anos, e ter tirado uma votação dessa eu considero como uma vitória, porque a gente sabe que muitos candidatos veteranos não conseguem essa soma de votos.
JC – Havia expectativa de uma votação maior, mas, o senhor teve forte concorrência até dentro do próprio PSB, através de uma candidata de fora, Josy Amaral, que investiu muito. O que houve nesse sentido?
Leonard – Isso é verdade. Na política a gente precisa ganhar experiência. Quando eu me lancei candidato, nosso presidente regional me passou cerca de dez comissões provisórias. Eu trabalhei de maneira honesta com as pessoas que assumiram essas comissões provisórias, deixando-as à vontade para trabalhar. Todas elas prometeram me apoiar. Só que, a partir do momento que você deixa as pessoas à vontade e não coloca gente de sua confiança, você corre esse risco, e isso serviu como aprendizado.
Dessas dez comissões, somente três mantiveram o compromisso, que foram Aveiro, Trairão e Itaituba, onde eu obtive minhas maiores votações. O restante decidiu seguir a candidata do meu partido (Josy) por questões financeiras. Mas, isso serviu como aprendizado para nossa próxima candidatura. Além do mais, nós fizemos uma campanha pé do chão, eu, meu pai, minha mãe, minha irmã e minha esposa, no contato direto com o eleitor. Não usamos a estrutura do hospital para tentar conquistar votos.
JC – Em quantos municípios o senhor fez campanha?
Leonard – Eu andei em onze municípios, sendo que com maior intensidade em Itaituba, onde a gente recebeu o maior número de votos, em uma campanha na qual enfrentamos dificuldades estruturais, dificuldades financeiras, pois manter uma candidatura para deputado estadual não é fácil. Trabalhamos, basicamente com recursos próprios. Eu trabalhei no meu consultório durante a campanha inteira, e isso dificultou um pouco nossas andanças pela região.
JC – Em lugares distantes como Itaituba, ainda acontece muito o assistencialismo e outras práticas ilegais de captação de votos?
Leonard – Sim. É até interessante você tocar nesse ponto. A gente não tem como provar, porque, tanto quem compra, quanto quem negocia o voto não vai se autodenunciar, mas, é impressionante como isso ainda continua sendo feito na nossa região. Eu acho que isso merece uma fiscalização melhor e mais intensa. Sei que o número de pessoas responsáveis por esse trabalho é pequeno e que em pleitos municipais um candidato vigia o outro, mas, em uma eleição estadual é mais complicado.
JC – Depois dessa experiência, vai parar, ou vai continuar na política?
Leonard – Eu vou continuar, com certeza. Não vou me afastar da política. Isso foi apenas minha entrada na cena política. O que a gente precisa mais é de organização, coisa que faltou um pouco na minha campanha. Hoje eu tenho consciência de que precisamos de um melhor planejamento, pois temos interesse, sim, na política municipal e na regional. Precisamos eleger mais vereadores e eu considero esse o principal ponto, e a gente, a partir de janeiro vai trabalhar pra isso acontecer.


Matéria veiculada na edição 188 do Jornal do Comércio

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