quarta-feira, janeiro 28, 2015

Prefeitura de Porto Velho decreta estado oficial de alerta devido à cheia

Defesa Civil começou a executar ações de prevenção contra a enchente.
Rio Madeira está em 15,28 m; marca era 15,15 m no mesmo dia, em 2014.


Rio Madeira RO (Foto: Ísis Capistrano/ G1)
G1 - A prefeitura de Porto Velho decretou oficialmente estado de alerta para uma possível cheia no município. Nesta terça-feira (27), o Rio Madeira atingiu a marca de 15,28 metros, de acordo com medição da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). Em 2014, quando ocorreu a cheia histórica, na mesma data, o nível registrado foi 15,15 metros. Ações de prevenção contra os efeitos da enchente já começaram a ser executadas, segundo a Defesa Civil.
Também foi iniciado um trabalho de conscientização das famílias passíveis de serem atingidas para que deixem as casas o quanto antes. A Defesa Civil está oferecendo auxílio com logística de mudança ou na realocação dos possíveis desabrigados, que não tenham onde se hospedar. O número 199, exclusivo para atender demandas da cheia, já está disponível.
Segundo a prefeitura, as iniciativas de prevenções tiveram início desde a constatação, há cerca de duas semanas, de que a cota do Rio Madeira no distrito de Abunã já estava dois metros acima do registrado no ano passado, quando as águas atingiram o pico máximo de 19,74 metros. Famílias de Abunã, Fortaleza do Abunã e Jacy-Paraná já foram cadastradas como possíveis atingidos, e na capital, famílias do Beco do Gravatal, no bairro Nacional, já estão sendo realocadas.
Conforme a Secretaria Municipal de Programas Especiais e Defesa Civil (Sempedec), os possíveis desabrigados não ficarão em escolas, para não prejudicar o ano letivo, e o Abrigo Único, montado no Parque dos Tanques em Porto Velho já está em fase de desativação. "Não estamos falando em barracas", enfatizou o secretário-adjunto da pasta, José Pimentel. A secretaria está elaborando um projeto e providenciando uma licitação para alugar imóveis para as famílias que não tiverem para onde ir.
Imagem área da BR-364, sentido Acre (Foto: Sérgio Vale/Secom Acre)BRs 364 e 425
Ainda segundo a Sempedec, a pasta realizou uma viagem junto com hidrólogos do Centro Nacional de Alerta e Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), na última sexta-feira (23), para mapear demandas do que pode acontecer nas BRs 364 e 425, que dão acesso ao município de Guajará-Mirim (RO) e ao estado do Acre, que ficaram totalmente isolados no ano passado, devido à cheia dos rios Madeira e Mamoré.
Durante a viagem, foram detectados pontos que podem ficar alagados e que devem ser sinalizados e balizados com antecedência. Segundo a Defesa Civil, falta um metro para a cidade de Guajará-Mirim decretar estado de alerta, já que o Rio Mamoré transborda na cota de 13 metros. Para a BR-425, a Defesa Civil considera três pontos que podem ficar submersos: nas localidades de Misericórdia, Ribeirão e Araras, que ficaram inacessíveis ano passado.
Já os pontos sensíveis da BR-364 estão localizados próximos ao distrito de Jacy-Paraná, Mutum-Paraná, que ficou submerso por aproximadamente 14 quilômetros de extensão, e Abunã. "O primeiro trecho que pode ser inundado, de acordo com o Cemaden, é a área próxima da antiga Mutum-Paraná. Há uma previsão de aproximadamente 10 dias para que isso ocorra", explicou Pimentel.
A BR-364 também está sendo monitorada pela Polícia Rodoviária Federal. Uma régua foi instalada no quilômetro 471 da estrada, trecho que ficou completamente alagado em março 2014, isolando completamente o Acre. Segundo a medição dessa segunda-feira (26), faltam apenas 52 centímetros para o Rio Madeira chegar à estrada. Na medição anterior, em 17 de janeiro, a marca registrava 1,20 metro. Entre 6 e 9 de janeiro, a água estava distante 1,10 metro da via; já no dia 12, o rio estava a 1,30 metro de distância. De acordo com a PRF, a partir da marcação de 0,50 metro, a situação será considerada crítica e a corporação trabalhará em estado de alerta.

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