É quase um insulto à sociedade o que
está acontecendo na frente da cidade. Construída para ser um cartão postal
de Itaituba, a orla aos poucos está sendo invadida por bancas de vendas de
comidas, de bebidas e de outras coisas mais, além de poluir a visão de quem
quer contemplar o rio Tapajós nos finais de tarde. Essas banquinhas também
atrapalham as pessoas que passaram a usar esse espaço da orla para as suas
caminhadas diárias.
Mesmo considerando a necessidade de
sobrevivência dessas pessoas, não para aceitar que a frente da cidade, onde
está a única obra construída com base em consultas públicas feitas junto aos
seguimentos organizados da sociedade, se transforme em mais uma feira livre.
Quem passa pela Getúlio Vargas próximo ao
porto da balsa no final da tarde se depara com uma cena horrível: a fumaceira
provocada pelos fogões acesos se espalha pelo local, exalando o cheiro de
gordura queimada. É uma cena que não combina com a beleza do lugar e o mais
incrível disso é que as autoridades governamentais não tomam nenhuma atitude
para retirar esses quiosques ambulantes, ou mesmo impedir que eles continuem
avançando pelo calçadão da orla, misturando-se com as palmeiras imperiais que
ornamentam aquela parte da orla.
Assistindo a esse descaso, imagino a
infinidade de pessoas que gostariam de morar numa cidade com a frente para um
rio, e nós, itaitubense, temos esse privilegio de contar com essa vista
maravilhosa do Tapajós, mas não valorizamos minimamente esse presente da
natureza e, como a administração municipal não cuida desse patrimônio e os
seguimentos organizados da sociedade nada cobram do governo, fica aberto o
caminho para as ocupações irregulares dos poucos espaços públicos que a cidade
tem, e a orla é um desses espaços que está sendo invadido, infelizmente!
Weliton Lima, jornalista, comentário
veiculado no Focalizando, quinta-feira, 12/03/2015
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