Folha (Juliana Coissi)
O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha,
26, que, segundo a Polícia Civil de Goiás, confessou ter matado 39 pessoas,
entre mulheres, homossexuais e moradores de rua na capital do Estado, disse que
se arrependeu dos crimes.
Durante entrevista nesta
sexta (17), Rocha pouco falou. Sentado e com as mãos algemadas para trás,
vestindo apenas um short, ele manteve os olhos baixos na maior parte do tempo,
em uma sala onde estavam o seu advogado, Thiago Huáscar Santana Vidal, e policiais.
Com longas pausas e
respostas muito curtas, Rocha diz que foi movido "por uma força
maior" ao cometer os crimes e que estava se sentindo "mal, muito
mal" com a revelação dos casos.
Não deu detalhes sobre o
motivo de matar tantas pessoas. "[Era uma força] mais forte do que eu. Não
tinha explicação".
Questionado se teve problemas na infância,
respondeu um seco "sim".
Em dois momentos
diferentes, foi questionado sobre o número de vítimas. Na primeira vez,
silêncio. Depois, disse: "Nada a declarar".
À imprensa o vigilante
negou ter matado um ex-colega de trabalho em 2011. Segundo a policia, ele citou
esse caso como sendo sua segunda vítima, em depoimento tomado na terça-feira
(14).
Rocha disse ainda que
bebia antes de praticar os crimes, "também" porque isso o encorajava.
Ao ser indagado se
gostaria de dizer algo mais, o vigilante voltou a citar arrependimento.
"Eu queria dizer que estou arrependido, que queria ter a chance de pagar o
que eu fiz. De pedir perdão. É isso".
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Advogado se diz perplexo com as declarações de seu cliente
Segundo o advogado dele, Thiago Huáscar Santana Vidal, ele orientou seu cliente a usar o direito constitucional de ficar calado. Algemado, ele bateu as mãos na mesa e disse: 'Não, eu tenho que colocar isso pra fora de mim'.
O advogado disse que ficou surpreso com a declaração . "Infelizmente, de tudo que ouvi, eu saí perplexo. Eu pensei que talvez a polícia, um caso ou outro, estaria imputando a ele (crime cometido), mas, ele narrou com riqueza de detalhes e peculiaridades todas as mortes".