Pouca
gente se lembra, mas há três anos os leitores paraenses eram convocados para
votar no plebiscito para decidir se seriam criados os estados do Tapajós e do
Carajás.
O
resultado da votação não foi suficiente para aprovar a redivisão do estado do Pará,
mas, o sonho de emancipação dessa região continua. Agora a luta do movimento
pró-criação do estado do Tapajós é coletar assinaturas para aprovar um projeto
de lei de iniciativa popular para que o plebiscito seja feito apenas nos
municípios que irão fazer parte do novo estado.
Para
isso é necessária a coleta de um milhão e meio de assinaturas e esse é o
desafio do Instituto Cidadão, que encabeça esse movimento.
Recolher
essas assinaturas para que o Congresso Nacional possa aprovar essa lei é o
objetivo. E hoje, quinta-feira, está acontecendo na cidade de Santarém, eleição
para a composição da nova diretoria do Instituto.
A
eleição terá chapa única, tendo como candidato à presidência, o professor
Edvaldo Bernardo, que fundou e preside a instituição.
O
mandato da nova diretoria terá a duração de três anos e é composta apenas por
representantes do município de Santarém. (Texto do jornalista Weliton Lima)
Opinião da editoria
do blog: Eu já me manifestei diversas vezes a respeito do tratamento que o
comando desse movimento dá aos demais municípios que fazem parte da região que
pretende se emancipar. Já escrevi sobre o assunto, tanto no blog quanto no
Jornal do Comércio, além de ter tratado dessa questão, pessoalmente, com alguns
integrantes do movimento, de Santarém, inclusive, com meu amigo particular
Edivaldo Bernardo, que com toda justiça será eleito para mais um mandato.
Edivaldo sempre concordou
comigo a respeito da necessidade de difundir o movimento para outros
municípios, mas, neste momento, ele próprio está desperdiçando uma boa oportunidade
para tornar essa luta mais democrática, deixando de tratar os demais municípios
como vassalos, sempre prontos a cumprir a ordem do comandante quando esse
chama.
Já perguntei, muita
vezes, se quem integra o movimento pela criação do novo estado, quer criar o
estado do Tapajós, ou o estado de Santarém. Pois neste momento, mais uma vez os
outros municípios estão sendo esquecidos, como se suas vozes não tivessem
nenhuma importância. Ninguém perguntou se existe alguém em Itaituba, e que eu
saiba, em nenhum outro município fora Santarém, interessado em participar desse
processo eleitoral.
Fica, mais uma vez, a
sugestão para que o Instituto Cidadão insira esse tema em sua pauta de
discussões, em vez de apenas mandar dizer o que a gente tem que fazer, porque,
assim como não queremos ser quintal de Belém, também os demais municípios que compõem
o projeto do futuro estado do Tapajós não desejam ser apenas quintal de Santarém.
Fico muito à vontade
para afirmar isso, porque sou filho de Santarém, com muito orgulho, mas, não
posso concordar com esse tipo de comportamento egoísta.
Jota Parente